quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Projeto Arte em Movimento

Projeto Arte em movimento

O projeto nasceu a partir da necessidade de acharmos utilidade para materiais descartados que potencialmente se transformam em arte. A reutilização desses materiais, além de laboratório artístico, é uma atitude ecológica.
Nossa atenção se concentra em : *recuperação,
*restauração,
*finalidade,
*desenvolvimento de ideias para escoar o trabalho e principalmente, ações para divulgação do projeto a partir de uma "troca"solidária ou contribuição espontânea.
Para o Arte em movimento, reutilizaremos cartões pintados a mão  feitos A partir de produtos reciclados de papelaria e tintas recuperadas.
A forma de atuação para a divulgação e captação de recurso, se dará no contato direto com o público no transporte público da cidade de São Paulo e em algumas cidades do interior.
O objetivo é primeiramente, o envolvimento de várias pessoas no processo criativo e de reciclagem, como forma de conscientização e terapia.
Num segundo momento, a captação de recurso a partir da divulgação do projeto, tem a finalidade de levantar recursos para a estrutura de uma Oficina que nos permita estender o alcance da nossa proposta. A meta e o objetivo final, é cooperativar os trabalhos da Oficina,inserindo pessoas em situação de carência, e ajudá -las na elaboração e criação de novos trabalhos que possam gerar renda e resgatar a auto estima.
Nosso projeto aceita doação de materiais. Se você quer ser uma apoiadora ou apoiador, doar materiais para nossas oficinas, ou nos dar algum feedback, entre em contato através do nosso e-mail : espaco.aion@gmail.com

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Retomada

Bem vindos amigos e simpatizantes do Espaço Aion! Depois de muito tempo, voltamos! Os velhos questionamentos e a necessidade constante de movimentar estruturas estabelecidas, impostas, rígidas e intransigentes, nos fazem fortes e criativos para voltar a preparar a terra, plantar nossas sementes novamente e cultivar nosso jardim! Jardim de sonhos, de utopias, de respeito e irmandade. Muitas águas rolaram. E quem diria que caminhamos tanto, para hoje, ao abrir os olhos e olhar com atenção, sentir como se estivessemos há três décadas atrás?  Vou me abster de falar diretamente da situação política atual no Brasil... já o faço exaustivamente na minha vida pessoal. Mas sinto que aquela antiga forma de "fazer politica", que nos movia a realizar ações concretas de ajuda mútua, atitudes subversivas para defender a ecologia, e formas alternativas de se discutir e praticar a educação, se torna urgente e necessária nesse momento. O cenário é hostil. Temos a população polarizada, órfã.  Educação e Cultura desmontadas,a democracia sendo ignorada, a repressão como forma corriqueira de expressão...  Temos que agir! Primeiro de forma individual. Internamente, temos que rever nossos princípios, analisar com cuidado nossas "verdades", identificar em nós o que mais apontamos nos "inimigos do lado oposto".
Saber  diferenciar e respeitar princípios de humanidade, sem rotular como meramente ideológicos, é uma questão a ser refletida e que constitui o caráter de cada um.
O proximo passo, fazendo uma correlação com os princípios da permacultura, é examinar, a partir de nós, (zona 0), que atitude tomar e qual a ação a ser realizada. Até onde podemos alcançar? Se pudermos alcançar alguém da nossa família, ou um amigo próximo, um vizinho, estaremos iniciando um processo revolucionário de consciência planetária!! A natureza nos ensina sobre isso! Tudo reage em cadeia... somos parte do mesmo corpo.  E é trazendo esses saberes da natureza, que precisamos reestabelecer a nossa convivência como sociedade. Independente de ideologias políticas ou religiosas. É um princípio Humano.
A partir disso, podemos traçar objetivos baseados nas ações que elevem nosso potencial criativo, que estimulem nossas aptidões e nossos dons. Que possamos ser produtivos, de forma harmoniosa. Que possamos influenciar para a paz.
Em meio a tantas adversidades, retomamos nossos projetos com a esperança de ver florescer o Jardim.
Pensamento, Intenções, palavras e atitudes, são sementes.
Mãos á obra!!!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Escola: Um corpo vibra nesse novo espaço.

Por Marcelo Cunha Bueno
 
Boa leitura!

Um espaço de oralidades corporais se abre quando nos dispomos ao outro.., aquele que nos cerca, que nos afeta. Um movimento de braços, mãos, pernas, dedos, compõe uma nova escrita. Uma escrita que registra o outro em nossa vida. Escrita-experiência que inverte o sentido que conhecemos da escrita, o de comunicar.
O outro não está ali com palavras... Está nos sentidos que atribuímos aos gestos, sons e passagens. O outro se toma atravessamento. Um atravessamento daquilo que vejo e sinto e daquilo que represento e entendo. O outro em movimento me alcança. Alcança-me e já não está mais lá fora, está dentro de mim, com meus sentidos e significados. Assim as crianças aprendem a ler, bem antes de existirem letras, números, essas formas codificadas de representar o mundo. Criança vê as nossas palavras nos gestos, no afeto do grupo em suas vidas. Criança entende o mundo como se as coisas que acontecessem nele e por ele fossem ideogramas. Ideogramas que representam seus sentimentos e funcionam em rede com outras idéias.

Um choro representa a saudade de casa, representa um querer interrompido, representa a fome, uma dor, um choro que não pode ser escrito, pois é composto de uma idéia, de uma representação, de uma relação com o mundo. Uma relação que não está fora, como a linguagem social, mas dentro, dentro de um esquema de sentidos pessoais... de um movimento generoso de negociação com o mundo. O ideograma da comunicação num espaço da não-linguagem, de uma infância. Uma infância como idéia, como modo de vida, um modo pessoal, experimental. Um modo que nos costura ao mundo. Socializar é costurar-se ao mundo. Essa costura acontece por meio desse ideograma comunicativo. Uma costura que pressupõe línguas, muitas vezes, numa forma babélica de se entender e expressar, de linhas pessoais, com vontades e quereres diferentes dos meus.

Nesse vai-e-vem entre pontos atravessam se conceitos, culturas. Deslocam-se os pontos marcados para compor novas tranças. Tranças que se entrelaçam numa sinfonia de texturas. Minhas, suas, nossas... de ninguém.
Dessa forma a criança aprende. Aprender é deslocar pontos. Deslocar sentidos ao mundo. Sentidos múltiplos, que se utilizam de não-palavras para existirem. Sentidos que precisam de corpos.
A criança aprende a falar com o corpo. Aprende o mundo por e com ele. Os adultos desaprenderam isso.., essa incrível forma de atribuir sentido às coisas.
Corpo é relação... é a boca que não se pode calar. Corpo é linguagem.., não a que se quer entender, mas a que quer escolher, quer vibrar, quer. Um corpo aprendiz é um corpo que não se contenta em estar num lugar apenas. Nesse espaço especialista, determinado, marcado.

Mas também há o anagrama escolar. Um anagrama que compõe o que é a língua, no corpo. Relações e atribuições de sentidos. A criança vê no adulto, em seu corpo, a expressão de culturas. Percebe que é lá que habita o registro daquilo que está no mundo e se cola em nossos corpos como pictogramas de uma linguagem analfabeta. O professor tem a marca de uma cultura. Seu desafio é se desprender da cultura escolar — marcada, determinada, especialista — e ampliar as entradas á cultura. Não é possível que continuemos usando as mesmas entradas, as mesmas portas, os mesmos acessos.
Precisamos criar fissuras, janelas, linhas de fuga, para que as crianças percebam outros registros culturais e componham a sua linguagem, componham uma linguagem mundana, cigana, nômade... que está realmente em movimento. Um registro para além daquilo que se prevê, que se espera.
Aprendemos nas surpresas e indeterminâncias das culturas. Elas nos deslocam, obrigando- nos a sermos estrangeiros, a nos abrirmos ao novo, às diferenças. A linguagem na criança é como um habitar estrangeiro. É como o movimento daquele que desbrava, que caminha sem direção para todos os lados. O estrangeiro que quer conhecer, que quer ser assimilado, degustado pelo rizoma cultural que, até então, não o ocupava.

Uma infância que não quer falar, que quer ser sempre estrangeira, pois desbrava, cria mundos, cria línguas, cria culturas, costura-se ao outro, aos outros, às coisas, mas continua seu caminho de relações. Habitar o mundo é se relacionar. Habitar é relação, não é sedimentar-se. Habitar anagramas... como possibilidade de se multiplicar, de se reinventar.
Toda produção discursiva pretende montar um anagrama, um rizoma de idéias. A criança, em seu rizoma, consegue atravessar conceitos, frequentar possibilidades em suas transgressões linguísticas. Viver fatos não acontecidos, mas inventados, criar situações não verídicas, mas possíveis, criar amizades impossíveis, mas intensas.., são as maneiras de frequentarmos esse anagrama lingüístico, composto de tantas culturas.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Mensagem de Natal "Oração à Mãe Terra"




quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Natureza: o livro da vida



O que podemos descobrir quando reconhecemos a Natureza como fonte da Sabedoria?

Um matinho nunca nasce em um lugar à toa... Até mesmo o que aparenta ser um acaso, na natureza, é um acontecimento relacionado com as conexões entre os elementos e fluxos de energia do ambiente. Por isso, é preciso humildade e escuta sensível perante no trabalho com a terra, ela mesma nos mostra seus limites, seus frutos prósperos e os rumos do seu fluxo. 

A atividade constante de "observar, observar, observar" é indispensável em uma relação de respeito à vida. A Natureza tem seu próprio ritmo e sabedoria e nós precisamos deixá-la Ser... Assim podemos aprender com o fluxo natural dos elementos e das fontes de energia.

A terra é um forte fluxo da energia vital, em cooperação com ela entramos em contato também com a nossa natureza e sentimos de forma visceral a nossa posição e função no mundo natural, no contexto ecológico e nossas relações. Essas sensações nos levam a muitas outras descobertas, inclusive de que podemos conquistar a nossa segurança alimentar e desenvolver a nossa arte de viver através das nossas mãos.

Enquanto a segurança alimentar se mostra como uma busca, um sonho, nós aqui no Espaço Aion vamos esculpindo a terra e aprendendo as sabedorias que observamos e vivenciamos ao buscar uma vida saudável e integrada à natureza. A cada semente plantamos também a intenção de difundir e fomentar práticas sustentáveis para a cultura de cuidado com a Terra e com as pessoas.